Tudo
Se Acaba (03/12/2012)
Tudo
se acaba
Tudo
se lava
Tudo
se resvala
Nada
mais fica
Nada
mais sobra
Nada
mais cola
Acabou-se
a esperança
Não
vejo mais temperança
Mergulho
em brumas de trevas
Não
vejo nada a minha volta
Estou
sozinho num mundo de escuridão
A
tristeza é a minha única compreensão
Um
vulto surge no negro veludo
É
um cavalo alado, igualmente escuro
Fantasma
maldito vem me assombrar
Fruto
de minha própria cabeça, a atormentar
Malogrado
é o homem que cria insanamente
Seus
próprios demônios, habitantes da mente
O
Pégaso enegrecido por mim sobrevoa
Mas,
eis que surge uma luz que destoa
É
um Pégaso branco, trazendo a esperança
Meu
coração se enche de alegria!
Mas,
ao olhar a sua face, rápido eu ajo
E
enterro a lança da mágoa em seu coração num ato
O
ser alado, ferido, expele sangue negro
Volto-me
para o Pégaso das trevas
Também
o atinjo no órgão vital
Este
elimina um sangue branco
Os
dois nobres seres a minha frente agonizam
Eles
possuem a mesma face!
Um
misto de ódio e melancolia
Cuspindo
um último suspiro de amargura...
Percebo,
então, o significado daqueles seres
Eles
são as duas partes de meu eu
Eles
são Yang e Yin, um completa o outro
Meu
lado bom e meu lado mau, o positivo e o negativo
Ligados
pelo cimento da desilusão
Expresso
em suas iguais faces
Minha
alegria é contaminada pela tristeza
E
minha maior alegria é ser triste.

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